Por muitos anos, a maternidade foi romantizada, mas nem só de alegrias vive uma mãe. Se você é mãe, assim como, tenho certeza que você entende quais são os nossos desafios diários.
Com o alcance das mídias digitais, tornou-se frequente algumas mulheres usarem as redes sociais para relatar um lado não tão “romântico” da maternidade, um lado que pode ser composto por frustrações, ansiedade, tristeza e até mesmo culpa. Existe até uma expressão muito usada durante o puerpério que diz o seguinte: nasce uma mãe, nasce uma culpa. Definitivamente eu não concordo com esta expressão, acredito que a maternidade é feita de entrega e definitivamente não devemos nos sentir culpadas por doar o nosso melhor, sim, maternidade é doação é entrega, sempre doamos o nosso melhor e pode ser que tem dias que o nosso melhor seja 1%, outros dias 50%, outros dias 99% e sim, também temos os dias que chegamos aos 100%. Não importa, você não precisa sentir culpa, você gerou outro ser humano durante nove meses, o seu corpo modificou totalmente para formar um ser humano e após colocá-lo nesse mundo você doou parte da sua vida a ele. Sim, porque sua dedicação é intensa, integral, você se doa por inteiro, não precisa sentir culpa por isso.
Muitas discussões ainda pautam o universo materno, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional, mas alguns cuidados podem começar ainda na gestação, como prevenção aos sintomas de ansiedade e depressão. Neste sentido, torna-se importante a mãe se preocupar com algumas atitudes que ajudam a ter uma maternidade um pouco mais leve e organizada.
Vou apresentar quais são estas atitudes que me ajudaram desde o primeiro momento em que eu descobri que seria mãe de gêmeos e me ajudam até hoje a ter uma maternidade mais organizada e um pouco mais leve.
1. Buscar informação na fonte certa
Buscar informação adequada, na fonte certa foi uma atitude que eu tomei desde o primeiro momento em que eu soube que seria mãe. Falando do universo materno, informação é algo amplo e se não formos na fonte correta podemos nos sentir perdidas. Por isso, logo no início da minha gestação eu realmente mergulhei nesse universo materno que até então era desconhecido pra mim. Fui atrás de profissionais da área da saúde para me auxiliar a vivenciar a gestação de forma mais leve, busquei pessoas para fortalecer minha rede de apoio e comecei a estudar muito sobre gestação, puerpério, bebês, pós-parto, educação infantil. Participei de grupos de mães de gemelares, alguns que eu participo até hoje e me ajudam muito, estudei através de livros, artigos, vídeo aulas, podcasts e claro conversei com mães que eram mais experientes, mães que já tinham passado por esta fase, mas foi justamente aí que eu percebi que muitas mães não compartilham a maternidade real, não compartilham as dificuldades que sabemos que todas enfrentam. Gostam de conversar da parte boa, mas não mostram os desafios enfrentados, como se enfrentar desafios na maternidade fosse um sinal de fracasso, culpa, vergonha. Percebendo isso, senti falta de mulheres que falassem das suas dificuldades no universo materno sem sentir culpa ou vergonha.
Por isso eu indico que você não se compare, não busque acolhimento onde as pessoas não tem coragem de mostrar suas vulnerabilidades ou não possuem conhecimento embasado para ajudá-la nesse processo. Busque informações na fonte certa e acolhimento em ambientes saudáveis.
2. Cuidar da sua saúde mental
A Organização Mundial da Saúde (OMC) define saúde mental como “estado de bem-estar em que o indivíduo é consciente de suas próprias capacidades, pode lidar com o estresse normal da vida, trabalhar de maneira produtiva, e contribuir para sua comunidade”. Quando eu leio esta definição penso que muitas mães são exemplo de saúde mental, equilíbrio e produtividade, mas talvez esta seja a visão de alguém que enxerga as coisas de fora, alguém que não vive intensamente a rotina de uma mãe dentro de casa, alguém que conhece só um capítulo desse livro, mas não teve oportunidade de ler a obra completa.
Afinal a realidade de muitas mães é repleta de cansaço, exaustão, desequilíbrio, estresse, mas ainda assim elas conseguem contribuir para a comunidade, ainda assim conseguem cuidar da família e tem outras, ainda mais ousadas, que conseguem empreender e cuidar do seu negócio. Não tenho dúvidas que a organização, mesmo que de forma empírica, faz parte da vida destas mulheres.
A organização é um pilar central para manter tudo funcionando bem ao redor de uma mãe que precisa cumprir muitos papéis e executar muitas tarefas ao longo de um dia. Ter atitude de não negligenciar sua saúde mental e organizar sua rotina de forma que fique mais leve é essencial para se manter resiliente e satisfeita com o trabalho que tem feito, mesmo em um dia em que você não se sentirá tão produtiva assim.
3. Desenvolva a habilidade da organização
Considerando a organização como pilar central para buscar uma maternidade mais leve, torna-se essencial buscar o desenvolvimento desta habilidade. Se você não é uma pessoa organizada, saiba que se tornar uma pessoa mais organizada, pode trazer mais leveza, saúde e bem estar. A organização é o caminho para uma vida melhor, com mais leveza e propósito. Ela é ampla e pode trazer benefícios para todas as áreas da sua vida. Caso não saiba como começar, busque ajuda profissional.
4. Estabeleça uma rotina
Considero rotina uma sequência de ações com propósito e não necessariamente horário fixo todos os dias, por isso é preciso que você acorde com um plano para o seu dia. Saber o que fazer pela manhã, à tarde, à noite, envolver os seus filhos e toda sua família neste processo. Rotina possui muitos benefícios e o maior deles é reduzir a ansiedade e aumentar a sua segurança e confiança em relação ao que precisa de ser feito. Para as crianças a rotina também possui inúmeros benefícios como redução da ansiedade e maior percepção do tempo.
5. Organize momentos para se reabastecer
Muitas vezes a exaustão não é por conta do trabalho árduo da maternidade, mas simplesmente por você não buscar se reabastecer do que te faz bem e do que te faz lembrar quem você é. Pense nas coisas que você fazia antes de ser mãe e que hoje não faz mais. Pense nas coisas que você gostava de fazer e hoje não faz mais. Pense nas coisas que você sente saudade de fazer. Talvez a exaustão seja não apenas pelo trabalho, pela doação materna, mas pela escassez daquilo que te faz bem, daquilo que renova suas forças, suas energias e te faz lembrar que além de mãe, você é uma mulher. Uma mulher linda com sonhos, desejos, vontades e que sim merece ter um tempo de qualidade para cuidar de você. Pequenas atitudes podem te ajudar na organização para criar momentos para se reabastecer, veja aqui alguns exemplos de atividades que você pode incluir na sua rotina.
Exemplos:
- Oração
- Leitura
- Cinema
- Contato com a natureza
- Ver o pôr do sol
- Jantar a sós com meu marido
- Ir em uma cafeteria
- Tomar um drink com as amigas
- Passear no parque
- Viajar sozinha
- Cuidar das plantas
- Cozinhar uma comida diferente
- Assistir uma série
- Assistir um filme
- Saborear uma boa refeição
- Tomar um banho demorado
- Hidratar o cabelo
- Ir ao salão
- Sair para tomar um sorvete
- Fazer um curso novo
- Participar de um evento com mulheres
6. Delegue e construa uma rede de apoio
Você não precisa fazer absolutamente tudo sozinha, você pode e deve construir uma rede de apoio e também ser uma rede de apoio na vida de outras mães. Pense em como pode se aproximar de mulheres que também precisam de apoio assim como você. Afinal para educar filhos é necessário uma aldeia, construa a sua aldeia.
Por fim, uma sugestão extra que é muito particular e muito especial para mim e gostaria muito de compartilhar com você. A sugestão é use brincos intencionalmente. Por aqui eu tenho um hábito que me ajudou desde o período da gestação, no pós parto e me ajuda até hoje. Pode parecer bobo, mas super funciona. Eu criei o hábito de acordar mais cedo que as crianças, sempre acordo pelo menos duas horas antes deles acordarem para manter minha rotina de autocuidado e tomar um café da manhã tranquila e em silêncio. Este novo hábito mudou completamente a vibração do meu dia. Fico mais disposta e meu dia rende mais. O que eu faço é sempre no primeiro momento da manhã, dentro da minha rotina de autocuidado eu sempre coloco brincos, gosto deste tipo de acessório e me faz sentir viva, disposta, acordada e renovada. Por aqui eu chamo de objeto do PODER. No meu caso o meu objeto do PODER na maternidade são os brincos. Você sempre vai me ver de brincos, sempre tem um brinco para me dar uma energia extra, principalmente naqueles dias em que não tive uma boa noite de sono ou não estou totalmente disposta. Na minha rotina sempre tem brinco e oração. Eles me ajudam. Descubra qual será o seu objeto do poder.
Quero deixar aqui o meu breve agradecimento a você que assim como eu é mãe, entende os desafios diários que enfrentamos, mas não mede esforços para dar o seu melhor diariamente. Peço que você não se culpe, não se compare, não pense que para as outras mães está mais fácil que para você. Valorize sua história, sua família e para finalizar gostaria de trazer aqui uma reflexão bíblica que sempre me ajuda a continuar esta linda missão da maternidade.
Na história bíblica, Rebeca deu à luz a dois homens importantes, Esau e Jacó. Ela carregava duas gerações em seu ventre. Veja o poder disso. Deus não te escolheu por acaso para que você fosse a mãe do seu filho, ele te escolheu de propósito, o seu filho nasceu com um propósito.
Se você deseja participar de uma comunidade que fala sobre organização de maneira leve e que contribuí para várias áreas da vida eu te convido a participar da Comunidade TMO academy. Toda semana uma conteúdo novo.
Um forte abraço!
