Por: Tatiana Melo
O Dia Internacional da Mulher, comemorado no Dia 8 de Março, é uma data para celebrar as vitórias alcançadas até aqui. É para honrar as conquistas e reivindicar tudo que ainda precisamos conquistar. A data faz referência ao ocorrido nos Estados Unidos, quando operárias de uma fábrica reivindicavam melhores condições de trabalho e melhores salários, contudo foram recebidas com represálias e 130 operárias foram mortas em um incêndio.
Mas o grito da mulher contemporânea não é apenas para relembrar fatos históricos, mas principalmente para alertar sobre as lutas atuais da mulher. Alcançamos conquistas sociais, econômicas e políticas, mas ainda assim não somos vistas como gostaríamos. Vivemos em um país com uma visão amplamente machista, somos bombardeadas por uma ditadura da beleza e ainda não somos remuneradas como merecemos.
Ano após ano as conquistas são mínimas, vejo muita discussão, mas pouca ação. A mulher contemporânea grita por respeito, por atenção, por reconhecimento, por valorização. Ainda hoje precisamos lutar para mostrar nosso valor, para conquistar nosso espaço, lutamos para ter nossos direitos preservados e reconhecidos.
Diariamente a mulher enfrenta um preconceito velado, seja por piadas que enfrentamos no trânsito, no trabalho, na insistência de que nosso lugar é no lar, na cozinha. A mulher mostrou que é sim capaz de ocupar seu espaço no mercado de trabalho, hoje a mulher contemporânea está visivelmente cuidando do lar, dos filhos e ainda assim destacando-se profissionalmente. Não se trata de uma inversão de papéis e sim de uma forma de assumir o papel que queremos e como queremos. Conquistamos a autonomia, mas não alcançamos o respeito. É claro que o meu discurso não é unânime, não vale para todos e não busca ser radical, apenas busca alertar. Mas fico decepcionada em visualizar que ainda hoje existem mulheres que se acomodam no papel que lhe colocam e não buscam seus ideais.
No Brasil, no período de 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios, o que equivale a, aproximadamente, 5.000 mortes por ano. Acredita-se que grande parte destes óbitos foram decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher, uma vez que aproximadamente um terço deles tiveram o domicílio como local de ocorrência. (IPEA 2013)
Os dados chocantes de feminicídios no Brasil nos colocam em um momento para reflexão. O que está sendo feito? Estamos realmente protegidas? Afinal a maior parte das agressões ocorrem dentro dos lares das Brasileiras. De quem é a culpa? Quem ora e olha por nós? Perguntas que muitas vezes não encontramos respostas e continuamos na luta diária.
O meu grito é por cada mulher que busca seu espaço e ainda não encontrou. Meu apoio, meu carinho, meu respeito, minhas felicitações. Gostamos de receber rosas sim, mas precisamos mesmo é de respeito, igualdade e reconhecimento.
FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!